A perturbação de personalidade borderline caracteriza-se por uma instabilidade ao nível das relações interpessoais, da imagem de si próprio e dos afetos. As pessoas com este tipo de personalidade têm dificuldade em regular o seu comportamento (podendo existir comportamentos auto-lesivos e impulsivos, assim como ameaças ou tentativas de suicídio) e as emoções (existindo, por exemplo, instabilidade afetiva e dificuldades em controlar a raiva, intensa e desproporcional). As relações são habitualmente intensas e instáveis, passando frequentemente da idealização à desvalorização. Outras características que têm sido associadas a esta perturbação de personalidade são o medo do abandono (real ou imaginado) e o consequente esforço para o evitar, a sensação crónica de vazio, podendo ainda existir sintomas dissociativos ou ideias de perseguição.

A personalidade borderline é contínua, ou seja, está presente todos os dias, numa variedade de situações e contextos. Contudo, está sujeita a flutuações, havendo períodos em que os sintomas são mais exuberantes, podendo originar “crises” e outros em que os sintomas são menos intensos correspondendo a momentos de maior estabilidade clínica.

Existem diferentes perturbações psiquiátricas que podem estar associadas à perturbação de personalidade borderline, como sejam: a Depressão, as Perturbações de Ansiedade, o Abuso de Substâncias, a Perturbação de Stress Pós-Traumático, as Doenças do Comportamento Alimentar, a Doença Bipolar e outras Perturbações da Personalidade.

O tratamento desta perturbação de personalidade passa pela Psicoterapia, sendo que a medicação é utilizada para atenuar os sintomas observados e para tratar as comorbilidades, não existindo um fármaco específico para o tratamento desta perturbação.